10/02/2009

Gerência em tempo de paz e liderança em tempo de guerra.

Judith M. Bardwick
O Líder do Futuro – Peter Drucker Foundation, Editora Futura, 1996

Por definição, líderes conduzem mudanças. Quando a vida está em ordem, pessoas não querem e nem precisam de muita liderança.
Tempo “de paz” e “de guerra” não se refere a conflito, mas à diferença entre condições nas quais os acontecimentos são previsíveis, com certo conforto e controle, e aquelas em que pouco se pode prever, onde há pouco conforto ou controle.
Sem o senso de urgência, os líderes não precisam ser especiais. Eles são apenas pessoas que ocupam posições de poder. Nesta posição, não há muito a fazer.
Em termos gerais, as condições de tempo de paz acabaram. O perigo da “zona de conforto” foi substituído pela necessidade de encontrar conforto no interminável perigo.

Infelizmente, muitos gerentes voltados para o tempo de paz terão de ser substituídos por não perceberem isso. Na paz, as pessoas não têm oportunidade de melhorar suas aptidões de modo a não temerem a mudança e fazerem a escolha certa. Na perturbação das condições do tempo de guerra, quando o mundo está assustado e o futuro é incerto, quando as pessoas experimentam o medo, o terror, os maus presságios e o cansaço extremo, elas necessitam emocionalmente de um líder, alguém em quem possam confiar e com quem queiram assumir um compromisso emocional.

O que fazem os líderes do tempo de guerra?

1- Definir o negócio da empresa
O que a empresa deve – e não deve – fazer. Um exemplo, relatado por Brian Dumaine em “Why do we work?” conta a diferença entre três pedreiros:
Um rapaz caminhando por uma estrada, encontrou um trabalhador batendo furiosamente em uma pedra com um martelo. O jovem perguntou ao operário, que parecia frustrado e irritado:
- “o que você está fazendo?”
Este respondeu com uma voz magoada: - “estou tentando talhar esta pedra e isto é um trabalho muito ruim”.
O rapaz continuou sua jornada e logo encontrou outro homem talhando uma pedra semelhante, que não parecia zangado nem feliz.
- “O que você está fazendo?” Perguntou o jovem. - “Estou talhando uma pedra para um prédio”.
O rapaz continuou a viagem e, logo depois, encontrou um terceiro trabalhador esculpindo uma pedra, mas este cantava feliz enquanto trabalhava.
“O que você está fazendo?” Perguntou o jovem. O trabalhador sorriu e respondeu, “estou construindo uma catedral”.

2 - Criar uma estratégia vencedora
É responsabilidade da liderança criar uma estratégia que levará a organização a ser bem-sucedida, crescer, prosperar, vencer a competição.

3 - Comunicar de forma persuasiva
Os líderes sabem que a confiança é uma vantagem competitiva. Uma comunicação persuasiva é especialmente crítica em períodos de ameaças e mudanças significativas.

4 - Comportar-se de modo íntegro
Sem integridade, a confiança jamais é obtida. Os melhores líderes são transparentes: eles fazem o que dizem; suas ações são coerentes com suas palavras. As pessoas acreditam neles porque agem em linha com os valores que adotam. Não fazem jogos maquiavélicos de manipulação e má-fé. Neste sentido são honestos.

5 - Respeitar os outros
Os melhores líderes não prejudicam a mente das outras pessoas.

6 - Agir
O gerente dos tempos de paz é como um gerente de suprimentos: muito bom em planejamento e logística, tarefas às quais as pessoas se dedicam com afinco mais ninguém se machuca. Por outro lado, os de tempo de guerra, os líderes precisam considerar a possibilidade de fazerem o intolerável.