
Os menos hábeis na oratória tinham de pedir a ajuda dos mais preparados. Logo, floresceu, então, uma classe profissional de especialistas na arte de bem falar e escrever.
Por meados do séc. V a. C., as técnicas já estavam fundamentadas e bem utilizadas e surgiram os primeiros tratados de retórica, atribuídos a Kórax e Tísias, praticamente direcionados à oratória forense e com relevância nos truques do orador para vencer em juízo.
A grande referência da técnica da retórica foi o sofista Górgias. Para ele, a oratória deveria excitar o auditório até o deixar completamente persuadido. Não lhe interessava a verdade objetiva, mas tão somente o convencimento dos ouvintes.
Para isso, o orador deveria saber adaptar-se ao carácter dos que o ouviam. E teria de usar uma linguagem brilhante, cheia de efeitos, figuras e ritmos, sem obediência a qualquer finalidade política ou forense e orientada fundamentalmente para fazer realçar a si próprio.
Quando Aristóteles chegou a Atenas, Isócrates era o mais famoso e influente Mestre de retórica e possuía uma escola mais bem sucedida que a Academia de Platão, com a qual era rival na formação de mancebos.
Isócrates acusava os sofistas (aqueles que cobravam pelos seus serviços) de perderem o seu tempo e fazerem perder o dos demais com subtilezas intelectuais sem qualquer relevância para a vida, para a política ou para a ação.
Igualmente condenava os retóricos formalistas por inculcarem nos seus alunos a falsa ideia de que a aplicação mecânica de um receituário de regras ou truques poderia levar ao êxito.
Isócrates proclamava a necessidade de uma formação integral, uma Filosofia onde a retórica era relevante.
Platão era contra essa concepção por achar que o ensino de Isócrates também era frívolo e superficial, dirigido unicamente ao êxito social, ficando à margem de todo o questionamento filosófico ou científico sobre a natureza da realidade.
Aristóteles insurge-se contra os retóricos que o precederam, acusando-os de se terem contentado com o compilar de algumas receitas e um sem número de subterfúgios ou evasivas aplicáveis à oratória, que visam apenas a compaixão dos juízes.
Aristóteles afasta-se de toda a concepção negativista da retórica, reconhecendo-lhe finalmente a dignidade de fundamento e de uso que até aí tanto fora questionada, especialmente por Platão e seus seguidores.
Hoje, a técnica retórica é considerada útil para todos os cidadãos e até para os filósofos, pois perante os auditórios populares que formam as assembleias e os tribunais, de nada servem as demonstrações puramente científicas, sendo imprescindível recorrer à retórica, para obter o entendimento e convencer os restantes co-participantes. Se não, corre-se o risco de ser vencido e ver a verdade e a justiça escamoteadas.
Já ouviu falar de SCRAMBLE EGGS???
É uma técnica utilizada, principalmente por pessoal técnico, para dar a um certo profissional a razão em tudo e ter autoridade no assunto. O profissional utiliza especificações técnicas e jargões da área para tornar assuntos relativamente fáceis de ser entendidos em assuntos extremamente complexos. Isso gera valor para sua expertise.

Um comentário:
Ainda continuo aprendendo mto com suas postagens. Esta e a última estão sendo mto importantes para mim... Porém, há perguntas feitas que ainda não foram respondidas... E tem haver com ética e sobrevivência. Grande abraço!
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