30/06/2008

Lei da Mudança - HEGEL


O pensamento central de Hegel (1779-1831) era muito parecido com o de Heráclito (VI aC). Ele via tudo como sendo algo já desenvolvido. "Tudo que existe é a saída de um processo", então, para entender a realidade seria necessário entender os processos de mudança da natureza. Ele argumentava que a a mudança é sempre inteligível, e nunca meramente arbitrária.

Toda situação complexa contém, dentro de si, elementos conflitantes e, segundo Hegel, desestabilizantes. Contudo, nenhuma situação permanece indefinidamente. Os conflitos interagem entre si, até que chegam a uma resolução, e isto então constituirá uma nova situação.


Essa era a descrição, para Hegel, do racional da mudança. E, inclusive, ele elaborou um vocabulário unicamente para isso. Veja:

Toda essa atividade ele chamou de "Processo Dialético". E a dialética, passa por 3 etapas:
A primeira é: "Tese", o estado das coisas, quaisquer que sejam. A segunda é a "Antítese", a reação que provoca uma força contrária.

O conflito das duas certamente se resolvem para dentro de uma nova situação onde alguns aspectos da tese e da antítese são anulados e outros se unem. Essa nova situação é a "Síntese".

A Síntese, como uma nova situação, passa a ser a Tese, dando um novo início da tríade Tese, Antítese e Síntese. O processo se repete continuamente sempre envolvendo mudanças em si mesmo.

Esse, segundo Hegel, seria o motivo para nada continuar a ser o mesmo - idéias, religiões, artes, ciências, economia, instituições, sociedade - tudo estará sempre mudando. E cada padrão de mudança está dentro do processo dialético.

Por ser um força histórica, os indivíduos são varridos pelo processo dialético. Mesmo nos assuntos de criatividade uma pessoa está envelopada dentro do espírito do seu tempo. Se um grande gênio no ano 2000 tentasse escrever peças como Shakespeare ou compôr sinfonias como Beethoven, seu trabalho não seria autêntico, uma imitação, não importando quão brilhante seja.

Não se pode pular a história. O homem não pode agir independente do processo dialético. Por isso, no mundo corporativo:

  • há a necessidade de escutar os mais novos, pois eles têm mais contato com o espírito do tempo atual. Eles são autênticos. Os mais velhos invariavelmente estão presos ao passado, devido às suas grandes quantidades de lembranças. Apesar das histórias de sucesso, repeti-las nem sempre geram os mesmos resultados. [a não ser, é claro, se for uma obra de arte];
  • é importante haver discussões sobre um mesmo ponto, pois assim não se sai da Tese e que geralmente não é a melhor ou a solução para a questão. Uma tese é uma aposta de um homem sozinho na multidão. Como disse Sócrates, "Se não há discussão, não há diálogo".
  • repaginar de tempos em tempos é inspirador, pois nada permanece estável indefinidamente, nem mesmo as melhores condições.
  • que todos os funcionários conheçam e explorem o processo dialético, pois esse é a real positividade dos conflitos de interesse, quando dois lados contrários se respeitam e oferecem espaço de colaboração, oferecendo o máximo de cada um para chegar uma resolução única, bilateral. E não, como foi mal traduzido e interpretado como conflitos emocionais entre indivíduos. É claro que pode gerar resultados, pois isso coloca dois seres-humanos em rivalidade e um provavelmente vencerá, mas conflitos emocionais costumam gerar marcas negativas eternas.

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